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Os Magic Numbers brilham no Indie Rock Festival


Em uma noite fria de quarta-feira, um bom público, porém aquém do esperado esteve presente no Circo Voador e presenciou a primeira noite do Indie Rock Festival e pôde conferir as apresentações dos grupos nacionais Lucas Santanna & Seleção Natural e Hurtmold e da aguardada banda inglesa Magic Numbers.

Por volta das dez da noite, Lucas Santana e Seleção Natural adentraram o palco e se apresentaram por, aproximadamente, 50 minutos. Formada por Gil (bateria), David Cole (efeitos), Ricardo Dias Gomes (baixo), Leandro Joaquim (trompete), Maurício Zacharias (trombone), Bruno Levi (guitarra) e por percussionistas do Trio Onilu, a banda baiana tocou músicas de seu último álbum “3 sessions in a green house” (2006) , no qual a banda mescla o uso do cavaquinho e guitarra, privilegiando o gênero dub, enfatizando as linhas de baixo e bateria.

A "música do novo milênio”, como define a banda foi vista em versões totalmente atípicas de canções como o sucesso “Faixa Amarela” de Zeca Pagodinho. O show, contudo, não empolgou devido ao fato de ter sido realizado para um Circo Voador ainda bem vazio e por seus músicos não serem muito conhecidos por estas bandas.

A seguir, o grupo paulista Hurtmold, formado em 1998, na cidade de São Paulo, veio mostrando seu post-rock instrumental com características eletrônicas e muita improvisação nas referências sonoras e na utilização de instrumentos variados. Uma das peculiaridades do Hurtmold é que, nas apresentações ao vivo, seus músicos trocam de função.

Isto é, cada um assume o instrumento do outro. Com Guilherme Granado (teclado, vibrafone e escaleta); Maurício Takara (bateria, vibrafone, trompete); Marcos Gerez (baixo ); Mário Cappi (guitarra); Fernando Cappi (guitarra) e Rogério Martins percussão e clarinete), os Paulistanos fizeram uma apresentação de certa forma “hermética”. Ou seja, ela foi muito interessante para instrumentistas mas um pouco tediosa para a grande maioria dos que foram ao evento só para curtir.

Por fim, subiram ao palco para uma platéia já em bom número, os tão aguardados Magic Numbers. Com uma apresentação de cerca de duas horas, o quarteto de irmãos empolgou a platéia desde o início. Com um começo avassalador entraram com “This is a song” , segundo single do último trabalho “Those The Brokes” . Depois vieram com “Take a chance” , tocaram seu grande sucesso no Brasil “Forever Lost” e fecharam a sequência com a inebriante “Love is a game” , incendiando a casa de shows da Lapa.

Muito simpáticos e comunicativos, dentro do possível, Romeo Stodart (guitarra e vocais); Michele Stodart (baixo e vocais); Sean Gannon (bateria) e Angela Gannon (percussão e vocais) contaram suas peripécias de turistas pelo Rio de Janeiro, e Romeo prometeu voltar ao Rio com os irmãos, no Carnaval de 2008. Mostrando suas músicas de forma coesa e muito bem tocadas, conseguiram transmitir da melhor maneira possível o seu estilo pop psicodélico, que o fazem ser comparados, por muitos, aos The Mamas & The Papas e que conquistou fãs por todo o mundo.

Através de uma performance fantástica, climatizaram um ambiente em que foi possível sentir o peso de suas canções sendo transmitidas em perfeita sintonia com a platéia e com a mesma força que estão em seus 2 cds. Tocaram “I see you you see me” e até o hit, “Crazy in Love” , sucesso da estonteante cantora americana Beyoncé que, ironicamente, por estarem acima do peso, fizeram questão de dançar e rebolar. A festa já estava completa. No bis, ao tocarem “I die for you” , por instantes, foi possível se ter a impressão de que os fãs tão entusiasmados que estavam pelo show, poderiam até mesmo morrer por eles.


Classificação: Ótimo


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