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Living Colour mostra sua força no Circo Voador


Após a abertura da noite com o show da banda carioca Vulgue Tostói, com participação do cantor e compositor Lenine, o grupo americano Living Colour, em sua quarta passagem pelo Brasil, mostrou que sua fusão de soul, heavy metal, funk e música latina continua forte e impactante. O quarteto nova-iorquino, que fez sucesso no final da década de 80 e começo da de 90 com uma mistura de ritmos e estilos, chegando a conquistar um Grammy, tocou por duas horas e meia para um ótimo público sedento em reviver os grandes momentos da banda em terras brasileiras.

A formação com o carismático Corey Glover nos vocais, o virtuose Vernon Reid na guitarra, o competente Doug Wimbish no baixo e o excelente Will Calhoun na bateria se mantém a mesma desde 1993, quando o grupo lançou o disco "Stain". Mais do que o bastante para propiciar a oportunidade de se contemplar com a apresentação de um dos grupos mais inovadores e autênticos surgidos no mundo do Rock nos últimos tempos.

Após seus integrantes se separarem por cerca de uma década, a banda, há três anos, retornou com a proposta de manter bem firme sua legião de fãs e mesclou o repertório do show com grandes sucessos como “Glamour Boys” e músicas do álbum Collideoscope, de 2003. “Type” abriu o espetáculo a 01:15 da manhã e agitou a massa.

Usando uma camisa do tradicional reduto roqueiro de Nova York, o CBGB, local onde surgiram grandes nomes do estilo como Ramones e que fechou suas portas há pouco tempo, deixando milhares de órfãos, Corey fez questão de homenagear o fundador, Hilly Kristal, falecido esta semana. Ainda nesta linha, dedicou “Go away” aos desabrigados africanos e arrancou risos da platéia ao saudar a todos com um copo de caipirinha.

Hits como “Elvis is dead” (intermediada em coro por “Can´t help Falling in Love” , de Elvis), clássicos tais como a belíssima “Love hears its Ugly Hair” e já no bis “Cult of Personality” (maior sucesso da banda) não podiam, claro, ficar de fora, assim como o espaço para solos de bateria, de baixo e de guitarra com seus ótimos músicos.

Ao final, Vernon Reid declarou que o último show da turnê pela América do Sul não poderia acontecer em um lugar melhor. O grupo, então, emendou com “Should I stay or Should I go” do quarteto britânico The Clash, para deliro dos fãs.

Ainda houve tempo para um som de Hendrix e para “What is your favorite color?” Mas, nada mais era preciso. Afinal, se Elvis está morto, o Living Colour continua bem vivo.


Classificação: Ótimo


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