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Live Earth atrai milhares de pessoas à Praia de Copacabana


Fotos não permitidas

A perna brasileira e latina do mega evento ocorreu no último sábado, dia em que a estátua do Cristo Redentor foi eleita uma das novas sete maravilhas do mundo. O evento reuniu, segundo cálculos da Polícia Militar, mais de quatrocentas mil pessoas nas areias da Praia de Copacabana e durou aproximadamente seis horas e meia.

Projeto idealizado por Al Gore, ex Vice-Presidente norte-americano, com o intuito de chamar a atenção de todo o mundo para a crise ambiental que afeta o Planeta. o Live Earth teve como slogan “Answer the call”, ou seja, responda a chamada e promoveu uma série de shows em 9 importantes cidades de diversos países. Uma delas foi o Rio de Janeiro, o único local com shows gratuitos.

Às 16 horas, Guilherme Arantes abriu a apresentação carioca com a canção “Planeta Água”, sucesso da década de 80, que já alertava sobre a importância de se preservarem os recursos naturais. Logo após, a Rainha dos Baixinhos, Xuxa Meneghel, subiu ao palco e declarou estar fazendo o show com o propósito mais diferente de sua vida: Lembrar e alertar para os cuidados que o ser humano deve ter com a Natureza. Após deixar sua mensagem, relembrou antigos sucessos como “Ilariê” e contagiou a criançada, bem como seus pais, com muita energia e entusiasmo.

Nos intervalos dos shows, dois telões transmitiam imagens de apresentações de outros grupos e artistas em outras partes do mundo, como, por exemplo, da cantora colombiana Shakira em palcos alemães, na cidade de Hamburgo; do grupo de rock Californiano Red Hot Chilly Pappers, em Londres e do grupo de David Grohl, o Foo Fighters, em Nova York.

Por aqui, em terras brasileiras, as apresentações seguiram a linha do projeto de alternar os shows com as declarações de artistas populares e personalidades que iam ao palco e manifestavam seu interesse em defender o meio-ambiente e a importância de se preservar e proteger os recursos naturais do Planeta. A apresentadora Astrid Fontinelli e o ator Murilo Rosa foram alguns destes artistas. Eles relembraram o desaparecimento dos tatuís nas areias das praias e incentivaram as pessoas a oferecerem caronas para os amigos visando reduzir a circulação de carros e, consequentemente, diminuir a poluição. Astrid sugeriu, ainda, a escolha da compra de carros com modelos flex, que ajudam a reduzir a emissão de gases, um dos principais causadores do efeito estufa, tão poluentes e nocivos.

Após Xuxa, o grupo mineiro Jota Quest, a musa adolescente Perla e o rapper MV Bill subiram ao palco e cada um, de acordo com seu perfil, mandou suas mensagens de cuidado com a Mãe Natureza e como se proceder para vivermos em um mundo mais puro e mais aprazível. Com breves apresentações, ficaram no palco por no máximo três ou quatro músicas e tocaram seus trabalhos mais conhecidos e contundentes.

Marcelo D2 veio logo depois. O cantor contagiou os seguidores da linha hip-hop e fez questão de frisar que atitude é também saber respeitar e cuidar daquilo o homem herdou de Deus. A seguir, o grupo carioca O Rappa incendiou a multidão com hits como “Me deixa” e “Pescador de ilusões”. O vocalista Marcelo Falcão empolgou a todos ao anunciar que o Cristo Redentor acabara de ser escolhido uma das sete maravilhas do mundo moderno e se despediu desejando um Pan-Americano maravilhoso para o Brasil.

Durante toda a noite, quando não exibiam imagens dos espetáculos em outros lugares do mundo, os telões mostravam cenas das barbáries e da destruição ocasionadas pelo Homem devido à sua ganância tais como o desmatamento de florestas, poluição de rios e outras brutais agressões que o ser humano já foi capaz de fazer contra a Natureza, reflexo de cobiça e interesses escusos.

Já na seqüência final do show, o produtor americano Pharrell Williams, um dos chefões do Rap americano, mostrou seu talento e conquistou a massa com seu rap de bases fortes e bem feitas. A cantora americana Macy Gray fez uma curta mas excelente apresentação. Com sua voz marcante, acompanhada por uma ótima banda e por duas backing vocals em perfeita sintonia com seu trabalho, Macy brindou os cariocas e presentes com hits do tipo “I try” e “Everybody“.

Jorge Ben Jor veio no embalo e levou seus eternos sucessos como “País Tropical” (recebida ainda mais calorosamente após o anúncio), “Chove Chuva” e “Taj Mahal” (nome de um monumento indiano também selecionado como uma das novas maravilhas do mundo).

O objetivo do Live Earth mostrou-se eficiente e bem compreendido por boa parte das milhares de pessoas de toda a cidade e de todo Brasil que foram assistir aos shows na Praia de Copacabana. Em um clima de paz e cordialidade, foi possível colher opiniões como as da Assistente da Educação Ambiental do Batalhão da Polícia Florestal, Marisa Cabral: “Se o evento for capaz de conscientizar dez pessoas, que ramifiquem e difundam as idéias de não desperdiçar energia, água e luz, nós certamente já estaremos criando um ciclo virtuoso para toda a sociedade.

Caso o projeto não tenha conseguido atingir a tudo com perfeição, pelo menos esforço e disciplina foram a tônica dos artistas, organizadores e colaboradores deste mega evento. Por toda a praia, foram distribuídos sacos plásticos para homens e mulheres, crianças, jovens ou idosos colocarem seus objetos já usados ou consumidos em cantos diferentes. Isso foi freqüente, principalmente, na área VIP. Com o uso de bastante material reciclado na organização do evento, viu-se algo plenamente coerente.

Por fim, Lenny Kravitz encerrou a série de shows com uma apresentação de aproximadamente 40 minutos. Nela tocou músicas famosas e bastante conhecidas como o petardo “Always on the run”, “American Woman” e a belíssima “Calling all angels”. Lenny chegou a enlouquecer fãs e seguranças quando partiu em direção à platéia e resolveu se misturar, momentaneamente, a eles, ultrapassando até mesmo a corda que demarcava a área Vip.

Ficou a sensação de que a idéia do projeto foi bem sucedida. Se esta receptividade será retratada na prática, só tempo dirá. Mas, como declarou Xuxa durante seu show, o respeito e o cuidado com o meio-ambiente independem da nacionalidade.

Indubitavelmente, apenas cientes de nossos deveres será possível viver em um mundo mais promissor para as gerações atuais e futuras. Esta conclusão já não era sem tempo.


Classificação: Ótimo


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