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Em sintonia com o esporte


     
Toda vez que estava prestes a cair na piscina no Cubo dá Água, o nadador norte-americano Michael Phelps ligava seu I pod para ouvir “Go Getta “, de Young Jeezy, astro do Hip Hop. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, Phelps se tornou um supercampeão, o maior ganhador e recordista em número de medalhas em uma mesma Olimpíada (8) e superou a marca alcançada por seu compatriota Mark Spitz nos jogos Olímpicos de Munique, em 1972 (7). Música é um tema presente na vida de quase todas as pessoas. Na dos atletas não seria diferente.


Muitos competidores a ouvem, nos mais variados estilos, em diferentes modalidades e com objetivos diversos. Uns para se energizar, outros simplesmente para relaxar. Mas há aqueles que vêem nesse hábito uma forma de se concentrar e até mesmo se estimular antes de provas e torneios visando obter vitórias e maximizar suas performances em busca de recordes e medalhas.

Outro exemplo é o tenista Rafael Nadal, medalha de ouro na modalidade. Nadal afirmou gostar de ouvir o grupo pop mexicano Maná, os roqueiros norte-americanos do grupo Bon Jovi e o cantor canadense Bryan Adams antes das competições. A brasileira Natália Falavigna, medalha de bronze no Taekwondo e 1ª atleta verde-amarela a conquistar uma modalidade, é mais uma que procura sempre alcançar o equilíbrio necessário para as provas escutando música evangélica minutos antes de começar a disputar as provas.

     
Outra destes atletas é Juliana Velasquez, de 22 anos, que pratica judô na categoria médio (até 70 kilos), na Universidade Gama Filho. Os estilos musicais favoritos dela são Música Clássica e Trance (vertente de música eletrônica) e que costuma ouvir em momentos específicos de sua preparação, seja em treinos ou em momentos prestes a começar as provas das competições de que participa e declara: “Na verdade, tem músicas certas para cada momento. Antes do treino, eu ouço a 9ª Sinfonia de Beethoven e no fim eu ouço Johann Sebastian Bach, que me acalma bastante”.

Juliana Velasquez enaltece a iniciativa de se ouvir música aliada à prática esportiva e cita um estudo realizado na Inglaterra, que descreve a interferência positiva da música no esporte, comprovando que os competidores alcançam melhores resultados ouvindo música antes ou durante as provas. A própria atleta da Gama Filho é um exemplo de quem conseguiu ser bem sucedida, seguindo esta linha.
Em seu histórico, só em 2008 estão conquistas como o 1º lugar no campeonato Carioca, o 2º lugar no Campeonato Brasileiro regional, o lugar no Troféu Brasil e ainda o 3º lugar no campeonato brasileiro por equipe.

Conquistas de atletas que costumam ouvir “um som” antes das provas também são comuns na vida de outros como Victor Bellizi, 25 anos, praticante de futebol-americano e jogador do Red Lions. Seu time foi vencedor dos Torneios de Saquarema, de Niterói e finalista do Carioca 2009. “Eu e meus colegas de time ouvimos música antes das partidas para nos motivarmos mesmo”.
E acrescenta: “Eu, particularmente, gosto de ouvir rock pesado, outros preferem hip hop, mas nosso objetivo é ouvir para entrar pilhado”, declara o atleta. E completa: “Qualquer tipo de esporte em que você possa ouvir música com esse objetivo é interessante”.

                                              Técnicos concordam e psicólogos nem tanto

Técnicos têm opinião similar. Para Álvaro Sctenni, técnico de Jiu Jitsu, a música estimula os lutadores a desempenharem bem as suas atividades. Ele se diz totalmente favorável a esta prática, mas faz uma consideração: “Depende um pouco de cada um. Tem pessoas que preferem dar um treino mais concentrado, sem música como estímulo. Mas a maioria já usa a música para fazer um treino mais forte e puxado. Eu, particularmente, acho que a música ajuda a estimular”.

Álvaro afirma que observa isso desde quando as academias começaram a utilizar rádios com música de hip hop e rock pesado para colocar um treino mais puxado ou fazer com que os esportistas consigam bons resultados. “Aconselho os técnicos que desejarem estimular os alunos para um treinamento mais forte que usem música, porque treino é uma coisa muito rotineira. Então, um estímulo a mais é sempre melhor”.

Carlos Eduardo de Castro Cappelli, também instrutor de Jiu Jitsu, concorda e reforça a idéia de se usar a música como motivador para se conseguir bons resultados. Ele cita o exemplo do vencedor da prova dos 5.000 metros (Tirunesh Digaba), que conseguiu superar seu recorde mundial, a partir das batidas das músicas que ouvia, batidas estas que tentava acompanhar com passadas cada vez mais velozes e, com isso, mantinha o timing do ritmo da batida que ouvia.

Entretanto, certos psicólogos, como a Drª Rita Cardoso, são cautelosos em relação aos fatos citados e afirma: “Não há nada cientificamente comprovado no sentido de que a música ajuda os atletas a obterem melhores resultados em competições”. Ela acrescenta que esporte está relacionado a uma vida mais saudável.

Para uns se faz necessário por prescrição médica, para outros porque os fazem se sentir bem e para alguns até mesmo pela vaidade com o corpo.
Música e esporte atraem milhares de pessoas por todo o mundo. De uns anos para cá, ambos se convergiram de uma forma considerada por muitos, bastante atípica. Há de se concordar que não há nada que impeça ser algo frutífero. Porém, se esse hábito vai se confirmar como uma união duradoura, só o tempo dirá.



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