ENTREVISTAS

Não se corre só por causa do medo da violência


Entrevista com Isaac Rincaweski

           Nos últimos tempos, meu iPod não estava mais dando no couro. A bateria já não aguentava mais uma corrida completa. Como eu não podia parar a corrida para recarregar a bateria, comecei a correr sem música mesmo. Até bem pouco tempo atrás, isso era impensável, pois a música era o meu ar, a minha energia.

         Mas, aos poucos, eu comecei a perceber que não era a música que me fornecia a energia. Não era a música que levava o precioso oxigênio aos meus pulmões. E, nesse silêncio que se seguiu, comecei a notar que a “música” não estava somente no iPod, mas estava também dentro de mim. A música que passei a ouvir quando eu perdi o meu iPod era a música do meu próprio corpo e do ambiente ao meu redor.
    
     

      Percebi que meu coração também cantava, algumas vezes, com um ritmo mais rápido, quando eu acelerava um pouco a passada; em outras, com uma música mais suave, quando eu apenas trotava. Também comecei a ouvir a música da cidade. Como nos treinos noturnos, quando pego o movimento pesado das pessoas voltando do trabalho para as suas casas, ouvindo os toques da buzina dos amigos que passam de carro por mim, me incentivando a continuar correndo.



      A sincronia das minhas passadas também produz um som agradável aos meus ouvidos. Agora, nada é mais prazeroso aos meus sentidos quanto o som de uma manhã de domingo. O som da cidade acordando. Antes que me chamem de louco, aviso que não sou madrugador. Meu único treino matinal é no domingo, mas somente após uma boa noite de sono e um tranquilo e saboroso café da manhã.

Foto(s) relacionada(s):   Correr ouvindo música incentiva e é muito bom    


Classificação: Bom


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