Cadhu Cardoso

ENTREVISTAS

Papo franco sobre Pirataria

                            Bebeto, Gustavo e Jorge

      No Mercado Fonográfico, há perguntas que não querem calar. Sem mais delongas, visando a elucidar um pouco desta questão, que tanto atemoriza os músicos e a Indústria, entrevistei Bebeto DarOZ, conceituado e respeitado guitarrista do cenário do Rock Independente Carioca e líder do grupo de rock pesado, Possessônica.

           Solta o verbo, nas 7 perguntas abaixo, Bebeto!

      Cadhu Cardoso: Na sua opinião, deve-se atribuir apenas a questões econômicas o crescente aumento de cds piratas?

      Bebeto DarOZ: Por mais que também haja um elemento cultural forte, o “jeitinho brasileiro”, o fator econômico ainda pesa mais.

      Em um país como os EUA, um cd de LANÇAMENTO custa uns 15 dólares, o que, lá, não é nada. Um cd clássico, tipo do Black Sabbath ou Led Zeppelin, custa 6 dólares, ou seja, é algo feito pra você comprar no impulso. Passou em frente à loja, viu, levou. É pra ser consumido no dia a dia, mais barato que um lanche do Mc Donald"s. Já aqui, um cd é algo caro que exige que você junte, ou separe, um dinheiro especialmente para isso.

      Cadhu Cardoso: A nova geração não se importa mais se o cd é pirata ou não?

      Bebeto DarOZ: As pessoas que têm a opção da internet, baixam músicas em mp3 muito mais do que compram CD pirata. Eu diria que essa pirataria "profissa", digamos assim, é mais absoluta na área de games.

      Mas, ainda assim, é um fato que o cd copiado possui uma qualidade praticamente igual à do original, principalmente se a pessoa que compra não for uma "expert". Para essa pessoa, o Mp3, embora de qualidade inferior, tanbém é uma opção, pelo mesmo motivo; a diferença é imperceptível para um leigo.

      Cadhu Cardoso: Quais devem ser os caminhos adotados pela Indústria da música com a migração dos consumidores, que tiverem condições, para tê-la em formato digital?

      Bebeto DarOZ: É difícl dizer. A internet é uma ferramenta poderosíssima, e nós ainda nem começamos a sonhar com todo o seu potencial. Pode ter certeza de que daqui a uns 15 anos as pessoas vão rir da gente, de como poderíamos desperdiçar tal potencial. No caso das grandes gravadoras, que têm toda uma bagagem esmagadora que as mantém dependentes e defensoras do "status quo". é ainda mais difícil, pois elas não são exatamente um centro de revoluções mercadológicas.

      Não sou daqueles que julga as gravadoras como sendo ineremente más. Porém, como dizia Zaratustra, se você é nobre, cuidado com os bons; o nobre quer o novo e uma nova virtude; o bom quer o velho, e que o velho permaneça inalterado. Bom, foi algo nesse sentido (risos).

     Cadhu Cardoso: A pirataria pode ter fim?

     Bebeto DarOZ: Acho que com esse formato atual (CD ou DVD), não. O cd pirata não fica a dever tanto em qualidade quanto no quesito pacote e apresentação. O próprio formato do cd o tornou irrelevante. Não sou saudosista, de forma alguma, mas a capa dos Lps de vinil com certeza era um atrativo poderoso. Quem é que não ficou horas ouvindo um disco, viajando na capa?

     A capa do vinil fazia a função de uma janela para dentro da música, da concepção do artista. Já o cd??? Dá até vontade rir...eu, que sou também artista plástico, me preocupo muito com o material gráfico das minhas bandas. Tenho que dizer que, do ponto de vista artístico, a capa de um cd é algo praticamente irrelevante, exceto talvez na cabeça do próprio artista.

      Mas não é algo que ainda tenha algum impacto. Logo, não vejo o que o cd oficial teria a oferecer em termos de compensar o consumidor pelo preço excessivo. Por enquanto, parece que o cd vai realmente se tornar um luxo. As pessoas ainda vão comprar, mas só naqueles casos muito específicos, daqueles artistas favoritos.

     Cadhu Cardoso: Cds já são um formato obsoleto?

     Bebeto DarOZ: Eu sinto a necessidade de ter os cds nas mãos e manuseá-los, mas provavelmente isso se deve ao fato de eu ser de uma geração anterior, que curtiu o vinil.
          Ainda assim, eu acho infinitamente mais prático fazer uma compilação de 80 músicas em mp3 pra ouvir no carro do que levar N cds, que podem se perder ou danificar.

    É como controle remoto de tv: já foi uma novidade e um luxo.Hoje em dia, basta o seu controle quebrar e você vê a merda que é ter que levantar pra abaixar o volume, ou mudar de canal. O mesmo vale para o uso de celulares, ou computadores: a gente não sentia falta nehuma até se acostumar com a praticidade que eles trazem. Moral da história: acho que o formato digital é o canal.

     Cadhu Cardoso: O Mercado e os artistas acreditam existir uma forma concreta para superar esta crise?

     Bebeto DarOZ: Eu acho que o comércio de música vai se reformular de forma que ainda não podemos imaginar. Isso já acontece de maneira embrionária como no caso de artistas que produzem e vendem sua música através da internet.

     A pegadinha é que, quando o artista é independente e não tem perspectiva ou pretensão de ganhar dinheiro, vale a pena soltar suas músicas de graça na internet, pela exposição que o boca-a-boca traz: já quando as coisas dão certo e ele começa a crescer, e ele precisa tomar a decisão de dar um salto de fé e apostar tudo na sua arte, surge o problema de que ele não tem como vender suas músicas, pelo menos não numa escala que pague os seus gastos ou o tempo que ele tem para se dedicar à música.

    Enfim, se eu soubesse a resposta, estaria rico, mas algumas pessoas apontam soluções. Eu sei que um dos caras da dupla Christian e Ralph desenvolveu um formato chamado Semi Metalic Disc ou SMD que barateia incrivelmente a fabricação do CD. Pelo que li a respeito, o artista que utiliza esse formato deve se comprometer a cobrar um preço máximo de 5 reais por cd. Pode ser uma soluçãao pra muitos desses problemas que estou mencionando aqui.

    Cadhu Cardoso: Por fim, pode se dizer que a música se tornou, para muitos, algo descatável ou ela continua "falando ao coração" de quem a consome?

     Bebeto DarOZ : Eu acredito que para maioria das pessoas, a música é descartável com exceção de um ou outro artista, ou de um estilo preferido. Acredito que sempre existirão artistas que vão estar dispostos a dar a alma para fazer música de verdade, feita de alegria, raiva, risos e lágrimas, suor e sangue. Nós, que sempre estivemos por aí, somos um exemplo. É só procurar.

      PERFIL

      Nome: Bebeto DarOZ
      Idade: 32

     Ocupação:
      Vocalista e Guitarrista da banda Possessonica e Guitarrista da banda Libra. Tem também um projeto de covers de Hard Rock chamado Heartbreak Boulevard, onde canto e toco.
     Passagem pelas bandas Suinos Tesudos, Dust From Misery e Woodstock Band.

      Influências:
          Vocal: Ronnie James Dio, David Byron (Uriah Heep), Dave Wyndorff (Monster Magnet), Chris Cornell (Soundgarden) e meu gande amigo Lucky Lizzard (X-Rated, Metalmorfose e BillyGoat)
      Guitarra: Jimmy Page, Michael Schenker, Slash, Zakk Wylde.

   Histórico: Começou a tocar por volta de 91. Após participar de bandas de alguma expressão nos anos 90 como Suínos Tesudos, Dust From Misery e BillyGoat, em 2001 formou a Possessonica , power trio de Hard/Stoner Rock com influências de Black Label Society, Sabbath, Soundgarden e Monster Magnet. Ao final de 2005, juntou-se a Maila Kaarina, André Delacroix e Carlos Losch, e formou a banda Heartbreak Boulevard, que toca covers de Hard Rock.

     Em novembro de 2007, seu grupo Possessonica entra em estúdio para gravar o seu segundo CD.

         Bebeto darOZ na Internet:

           POSSESSONICA
               http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619
               http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619
              http://www.myspace.com/possessonica http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619
         http://www.myspace.com/bdaroz http://www.myspace.com/possessonica http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619

               Comunidade Possessonica:           http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=159980

             LIBRA
              http://www.myspace.com/atequeamortenaosepare http://www.myspace.com/bdaroz http://www.myspace.com/possessonica http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619
           http://www.purevolume.com/libraatequeamortenaosepare http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619
               Comunidade Libra AtéQueAMorteNãoSepare:
               www.orkut.com/Community.aspx?cmm=521096

           HEARTBREAK BOULEVARD
               ww.fotolog.com/hbbvphotos

           YouTube:http://www.youtube.com/bdaroz

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Passou em frente à loja, viu, levou. É pra ser consumido no dia a dia, mais barato que um lanche do Mc Donald"s. Já aqui, um cd é algo caro que exige que você junte, ou separe, um dinheiro especialmente para isso. Cadhu Cardoso: A nova geração não se importa mais se o cd é pirata ou não? Bebeto DarOZ: As pessoas que têm a opção da internet, baixam músicas em mp3 muito mais do que compram CD pirata. Eu diria que essa pirataria "profissa", digamos assim, é mais absoluta na área de games. Mas, ainda assim, é um fato que o cd copiado possui uma qualidade praticamente igual à do original, principalmente se a pessoa que compra não for uma "expert". Para essa pessoa, o Mp3, embora de qualidade inferior, tanbém é uma opção, pelo mesmo motivo; a diferença é imperceptível para um leigo. Cadhu Cardoso: Quais devem ser os caminhos adotados pela Indústria da música com a migração dos consumidores, que tiverem condições, para tê-la em formato digital? Bebeto DarOZ: É difícl dizer. A internet é uma ferramenta poderosíssima, e nós ainda nem começamos a sonhar com todo o seu potencial. Pode ter certeza de que daqui a uns 15 anos as pessoas vão rir da gente, de como poderíamos desperdiçar tal potencial. No caso das grandes gravadoras, que têm toda uma bagagem esmagadora que as mantém dependentes e defensoras do "status quo". é ainda mais difícil, pois elas não são exatamente um centro de revoluções mercadológicas. Não sou daqueles que julga as gravadoras como sendo ineremente más. Porém, como dizia Zaratustra, se você é nobre, cuidado com os bons; o nobre quer o novo e uma nova virtude; o bom quer o velho, e que o velho permaneça inalterado. Bom, foi algo nesse sentido (risos). Cadhu Cardoso: A pirataria pode ter fim? Bebeto DarOZ: Acho que com esse formato atual (CD ou DVD), não. O cd pirata não fica a dever tanto em qualidade quanto no quesito pacote e apresentação. O próprio formato do cd o tornou irrelevante. Não sou saudosista, de forma alguma, mas a capa dos Lps de vinil com certeza era um atrativo poderoso. Quem é que não ficou horas ouvindo um disco, viajando na capa? A capa do vinil fazia a função de uma janela para dentro da música, da concepção do artista. Já o cd??? Dá até vontade rir...eu, que sou também artista plástico, me preocupo muito com o material gráfico das minhas bandas. Tenho que dizer que, do ponto de vista artístico, a capa de um cd é algo praticamente irrelevante, exceto talvez na cabeça do próprio artista. Mas não é algo que ainda tenha algum impacto. Logo, não vejo o que o cd oficial teria a oferecer em termos de compensar o consumidor pelo preço excessivo. Por enquanto, parece que o cd vai realmente se tornar um luxo. As pessoas ainda vão comprar, mas só naqueles casos muito específicos, daqueles artistas favoritos. Cadhu Cardoso: Cds já são um formato obsoleto? Bebeto DarOZ: Eu sinto a necessidade de ter os cds nas mãos e manuseá-los, mas provavelmente isso se deve ao fato de eu ser de uma geração anterior, que curtiu o vinil. Ainda assim, eu acho infinitamente mais prático fazer uma compilação de 80 músicas em mp3 pra ouvir no carro do que levar N cds, que podem se perder ou danificar. É como controle remoto de tv: já foi uma novidade e um luxo.Hoje em dia, basta o seu controle quebrar e você vê a merda que é ter que levantar pra abaixar o volume, ou mudar de canal. O mesmo vale para o uso de celulares, ou computadores: a gente não sentia falta nehuma até se acostumar com a praticidade que eles trazem. Moral da história: acho que o formato digital é o canal. Cadhu Cardoso: O Mercado e os artistas acreditam existir uma forma concreta para superar esta crise? Bebeto DarOZ: Eu acho que o comércio de música vai se reformular de forma que ainda não podemos imaginar. Isso já acontece de maneira embrionária como no caso de artistas que produzem e vendem sua música através da internet. A pegadinha é que, quando o artista é independente e não tem perspectiva ou pretensão de ganhar dinheiro, vale a pena soltar suas músicas de graça na internet, pela exposição que o boca-a-boca traz: já quando as coisas dão certo e ele começa a crescer, e ele precisa tomar a decisão de dar um salto de fé e apostar tudo na sua arte, surge o problema de que ele não tem como vender suas músicas, pelo menos não numa escala que pague os seus gastos ou o tempo que ele tem para se dedicar à música. Enfim, se eu soubesse a resposta, estaria rico, mas algumas pessoas apontam soluções. Eu sei que um dos caras da dupla Christian e Ralph desenvolveu um formato chamado Semi Metalic Disc ou SMD que barateia incrivelmente a fabricação do CD. Pelo que li a respeito, o artista que utiliza esse formato deve se comprometer a cobrar um preço máximo de 5 reais por cd. Pode ser uma soluçãao pra muitos desses problemas que estou mencionando aqui. Cadhu Cardoso: Por fim, pode se dizer que a música se tornou, para muitos, algo descatável ou ela continua "falando ao coração" de quem a consome? Bebeto DarOZ : Eu acredito que para maioria das pessoas, a música é descartável com exceção de um ou outro artista, ou de um estilo preferido. Acredito que sempre existirão artistas que vão estar dispostos a dar a alma para fazer música de verdade, feita de alegria, raiva, risos e lágrimas, suor e sangue. Nós, que sempre estivemos por aí, somos um exemplo. É só procurar. PERFIL Nome: Bebeto DarOZ Idade: 32 Ocupação: Vocalista e Guitarrista da banda Possessonica e Guitarrista da banda Libra. Tem também um projeto de covers de Hard Rock chamado Heartbreak Boulevard, onde canto e toco. Passagem pelas bandas Suinos Tesudos, Dust From Misery e Woodstock Band. Influências: Vocal: Ronnie James Dio, David Byron (Uriah Heep), Dave Wyndorff (Monster Magnet), Chris Cornell (Soundgarden) e meu gande amigo Lucky Lizzard (X-Rated, Metalmorfose e BillyGoat) Guitarra: Jimmy Page, Michael Schenker, Slash, Zakk Wylde. Histórico: Começou a tocar por volta de 91. Após participar de bandas de alguma expressão nos anos 90 como Suínos Tesudos, Dust From Misery e BillyGoat, em 2001 formou a Possessonica , power trio de Hard/Stoner Rock com influências de Black Label Society, Sabbath, Soundgarden e Monster Magnet. Ao final de 2005, juntou-se a Maila Kaarina, André Delacroix e Carlos Losch, e formou a banda Heartbreak Boulevard, que toca covers de Hard Rock. Em novembro de 2007, seu grupo Possessonica entra em estúdio para gravar o seu segundo CD. Bebeto darOZ na Internet: POSSESSONICA http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619 http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619 http://www.myspace.com/possessonica http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619 http://www.myspace.com/bdaroz http://www.myspace.com/possessonica http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619 Comunidade Possessonica: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=159980 LIBRA http://www.myspace.com/atequeamortenaosepare http://www.myspace.com/bdaroz http://www.myspace.com/possessonica http://www.fotolog.com/possessonica_666 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619 http://www.purevolume.com/libraatequeamortenaosepare http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11619 Comunidade Libra AtéQueAMorteNãoSepare: www.orkut.com/Community.aspx?cmm=521096 HEARTBREAK BOULEVARD ww.fotolog.com/hbbvphotos YouTube:http://www.youtube.com/bdaroz . 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